16/08/14

Emigrar


Estamos em 2002, início de Setembro de 2002. As férias de verão tinham chegado ao fim e estava na altura de eu abraçar uma nova etapa na minha vida. Era uma criança de cinco anos, inocente, com a ideia de que o Mundo era cor-de-rosa, que estaria apenas noutro País, quanto ao resto, tudo se manteria igual – que ingénua que eu era! A verdade é que esta era uma realidade diferente daquela a que estava habituada, era um mundo novo, desconhecido. Tudo era diferente: As pessoas, o ambiente, o idioma,... Lembro-me que foi em Dezembro desse mesmo ano que, pela primeira vez, vi neve ‘ao vivo’. Que euforia se viveu naquele mês! Era uma novidade, algo que eu desconhecera até então. Sim, sou emigrante! Há doze anos, mais coisa menos coisa! Hoje, mais consciente, mais crescida e com “olhos de ver”. Hoje, sinto a dor da saudade, o sabor salgado de cada lágrima na hora de mais uma despedida. Se por um lado ganhei bastante, por outro perdi tanto ou mais. Os melhores anos da minha vida não são passados junto dos amigos que conheço desde criança, por exemplo. Senti na pele a dor da perda. Vi partir pessoas que amava sem me poder despedir delas, sem lhes poder dar um último beijo, um último abraço e dizer-lhes uma última vez o quanto as amava. Nem sempre as pessoas são simpáticas connosco, afinal “não somos de cá”, este País não é o nosso. E se há coisa que ainda hoje me custa, é ouvir comentários de pessoas pouco sábias, convictas de que a vida de emigrante é fácil. Que é uma vida repleta de luxos, que é só “abanar a árvore” e os “frutos” que caem são notas de 500€. A vida de emigrante é mais exigente que aquilo que possam pensar! Vivemos com o coração apertado, com a esperança de um dia podermos regressar para junto daqueles que amamos, para o País que nos viu nascer. Trazemos no peito uma saudade imensa, que nos aperta o coração dia após dia. Andamos um ano inteiro ansiosamente à espera do mês de Agosto, para podermos finalmente regressar às origens e reencontrar aqueles que amamos. Quando falo sobre o que é a minha vida agora, não é de todo para me vitimar. É apenas para, pelo menos, tentar que percebam que não é fácil levar uma vida assim, que não é uma vida de sonho como muitos continuam a dizer “à boca cheia”! Não falem de uma realidade que vocês desconhecem e respeitem quem um dia deixou a sua zona de conforto rumo a um Mundo novo!  

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13/08/14

André Branco

©André Branco


Lembro-me de ver o André no Dança Comigo, na RTP, pela primeira vez. Era um miúdo, muito educado, com uma paixão imensa pela dança. Hoje, o miúdo cresceu, está um homem. Um homem com um coração de ouro, excelente profissional e um ser-humano maravilhoso, sempre com a mesma paixão pela dança. Eu gosto muito do André! Entra-me em casa sem pedir licença nos serões de domingo e faz-me apaixonar. Deslumbra-me com o talento que possui. Encanta-me com a sua forma de ser. É tão genuíno.. Não é de esconder as suas emoções! Festeja as suas vitórias, tal como festeja as daqueles que lhe são queridos, da mesma forma que sente a dor, a desilusão e a tristeza de quem o rodeia. Tem um coração do tamanho do Mundo! Entrega-se de alma e coração a cada dança, espalha magia a cada passo que dá. Tem crescido e evoluído imenso! Tem dado provas de que realmente é bom, que tudo o que faz, faz bem feito.

Que não te faltem motivos para continuares a sorrir para o Mundo e que possas continuar a brindar-me a mim e a todos os que te acompanham com o teu talento. Será sempre de pé que estarei a aplaudir-te!

Lamento apenas que o nosso País seja ainda ‘tão pequenino’ no que diz respeito a apoios e a reconhecimento para com os nossos dançarinos. Por estes, muitas vezes, terem a vida tão dificultada para conseguirem chegar mais além, para poderem mostrar do que realmente são capazes. Lembrem-se que não é só no futebol que somos bons! São inúmeras as modalidades nas quais temos sucesso, mas que simplesmente são ‘esquecidas’ e não lhes é dado o devido destaque.

©André Branco



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