13/06/13

Vida de emigrante


Desengane-se quem pensa que a vida de emigrante é uma vida fácil. Muito pelo contrário! De facto, só quem passa por lá sabe o quão difícil é estar longe daqueles que amamos. É um ano no qual se contam os dias que faltam para as férias de verão, para finalmente podermos regressar ao país que trazemos no coração. Não é uma vida de luxos e extravagâncias  como muitos pensam. É preciso ter muita coragem para deixar tudo e ‘navegar num oceano’ em busca de uma vida melhor num país que não é o nosso. Fico magoada por haver pessoas que afirmam que nos achamos superiores somente por estarmos no estrangeiro. Se muitos se queixam por trabalharem em diferentes zonas do país e só poderem ir a casa durante o fim-de-semana, imaginem o quão doloroso é para quem está a dois mil e muitos quilómetros da família. Acreditem que só quem está numa situação destas sabe o enorme sacrifício que se faz. Eu estou aqui, mas o coração está lá! Sou emigrante, não sou mais nem menos que ninguém. Mas também ninguém é mais ou menos do que eu. Se estou aqui, é porque infelizmente o meu país não me oferecia uma vida estável e por vezes é preciso tomar decisões, é preciso lutarmos por algo melhor. Foi o que eu tive de fazer. Não vivo, sobrevivo! Como companhia tenho a saudade. Acompanha-me dia e noite e por vezes chega mesmo a sufocar. A vida é feita de escolhas, não me arrependo da minha, até porque não sou ingrata e a verdade é que sei que este foi e é o país que me oferece uma melhor qualidade de vida, com mais estabilidade e não me posso esquecer disso. Mas é verdade também que as minhas raízes estão lá e é lá também que me sinto realmente bem. Não só por ser o meu país, mas também por ser aí que tenho tudo e todos. ‘O que não nos mata torna-nos mais fortes’ e esta é uma experiência de vida que nos faz crescer imenso. Ensina-nos a valorizar as pequenas coisas! A dar valor à família e a todos os momentos que passamos com ela por muito breves que sejam. Sempre dei muito valor a tudo o que tenho, sempre valorizei imenso a família, mas hoje valorizo mais ainda! 

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