30/12/13

Adeus 2013, olá 2014


Durante o ano de 2013 vivi momentos de alegria, partilhei sorrisos e gargalhadas, senti a barriga a doer de tanto rir. Vivi também momentos de tristeza, senti na pele a dor da perda, senti o sabor de cada lágrima após mais uma despedida. Se vivi momentos de imensa felicidade que guardarei para o resto da vida, vivi também momentos menos bons, que me fizeram crescer, é certo, mas que me causaram igualmente uma dor inexplicável. Conheci pessoas novas, fiz novas amizades, mas vi-me também ‘obrigada’ a deixar algumas pessoas no passado e seguir em frente sem elas. Percebi quem eram realmente os meus verdadeiros amigos e, apesar de poucos, sei que são os melhores do Mundo. Vivi intensamente cada momento da minha vida. Usando a velha frase das coisas fantásticas, elas existem sim e eu vivi muitas delas. Deste ano, guardo tudo. Não só os momentos felizes, como também todos os dissabores que este me trouxe. Se doeu passar por certas coisas? Doeu! Por vezes senti que, de facto, o ser-humano não é de ferro e que há momentos que não são, de todo, fáceis de suportar. No entanto, foram esses mesmos momentos que me fizeram crescer. Que me ensinaram a olhar a vida com outros olhos. Para 2014, não peço muito, até porque tudo é incerto e fazer grandes planos nem sempre dá certo. Peço apenas que este me traga momentos felizes, que me traga saúde, acima de tudo. Que seja feliz e que possa ver os que me rodeiam felizes também. Que o que de melhor 2013 me trouxe se mantenha! Que à minha vida cheguem novas pessoas, novas amizades, novos sorrisos, novos momentos. Não vou pedir que as amizades que tenho se mantenham, porque essas eu sei que as levarei comigo para o resto da vida, afinal quando a amizade é verdadeira permanece independentemente da distância e passe o tempo que passar. Que 2014 me sorria e que possa ser muito feliz. Feliz 2014, que sejam 365 dias repletos de bons momentos!

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19/12/13

Parabéns Avó Celeste


Luxemburgo, 19 de Dezembro de 2013

Querida Avó,

A vida trocou-nos as moradas e, diga-se de passagem, esta danada não foi nada meiga. Não se limitou a mudar-nos a rua, mudou-nos os Países. E hoje, infelizmente, estamos a 2000 e muitos quilómetros de distância. Todos os dias tenho saudades tuas! Saudades de ser pequenina e tu me pegares ao colo e me contares histórias – o quanto eu gostava da história do ‘Pedro apressado’, que quando a mãe o mandava ir à lenha ele trazia o pinhal todo e a fonte quando a mãe o mandava ir buscar água. Que saudades da limonada que tu, com todo o carinho e dedicação, preparavas para mim e para o Pedro. Ainda hoje me lembro do baloiço improvisado que tu nos arranjavas. Eram coisas tão simples, mas que nos deixavam imensamente felizes. Hoje, já não sou a criança que fora outrora. Cresci e aprendi que por mais que nos esforcemos, nem a saudade, nem o amor têm tradução possível, apenas se sentem. Hoje, com esta enorme distância, aprendi a valorizar-vos ainda mais. Realmente os que podem estar diariamente com quem lhes é querido são uns privilegiados! Mas também sei que não é nem será a distância, esta danada, a fazer desaparecer todo o amor e carinho que tenho por ti. Afinal tu és a Avó querida e meiga que sempre me mimou, que me contava as histórias e cantava para mim. Não há um único dia que não pense em ti, que não me lembre da pessoa maravilhosa que tu és. Gosto muito de ti, Avó e hei-de gostar sempre. São laços de sangue! São eles que nos mantêm unidos apesar da distância. Não há distância, por muito grande que seja, capaz de destruir o que o coração tão bem guardou. Logo, não será a distância a pôr fim ao amor infinito que eu tenho por ti. Obrigada por teres, também tu, contribuído para que a minha infância fosse uma infância feliz, cheia de histórias e, acima de tudo, repleta de amor e carinho. Obrigada pelos ensinamentos que sempre me passaste, por seres a Avó incrível que és e por amares incondicionalmente os teus e o que é teu. Obrigada por isto e por aquilo, obrigada por tudo. És uma grande mulher! Que, para o ano e para o outro e muitos mais que hão-de vir, eu te possa voltar a escrever, que possa continuar a ter o teu carinho por muitos e longos anos e, acima de tudo, que te possa continuar a ver feliz, com motivos para sorrir e de bem com a vida.        

Recebe um beijinho do tamanho do Mundo, acompanhado de todo o amor e mais algum, de todos nós,

Inês Santos
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18/12/13

Acredita em ti!


Não sei quem tu és e tu, provavelmente, também não saberás quem eu sou. Mas por vezes ‘sabe bem’ ouvirmos uma palavra de apoio, de confiança ainda que sejam da parte de alguém que não conhecemos. Tu, que estás a ler este pequeno texto, és mais forte, mais capaz do que aquilo que possas pensar. Lembra-te que momentos maus são necessários para os bons valerem a pena”. Eu sei que por vezes a vida é madrasta. Que nos atira para o fundo do posso e nos retira as forças para voltarmos ao cimo. Mas tu és capaz! Tu és capaz de te reerguer. Tu, mais do que ninguém, podes e deves acreditar em ti, nas tuas capacidades. Não duvides de ti! Não deixes de sorrir só porque tiveste um ou outro motivo para chorar. Afinal “se choras por não ver o sol, as lágrimas vão impedir-te de ver as estrelas”. A vida é demasiado preciosa para ser desperdiçada. Tens ainda tanto para viver... E eu tenho a certeza que conseguirás ser feliz, que terás motivos para sorrir. Nunca desistas por maior que seja o obstáculo, tu serás sempre capaz de o ultrapassar. Eu também já senti o sabor da tristeza, da dor, da perda. Mas também já saboreei a felicidade. Eu acredito que por trás de coisas más, se escondem coisas boas, é nisso que me concentro em dias menos bons. Mantenho a esperança de que o amanhã será melhor que hoje. Não te prendas demasiado ao passado, concentra-te no presente, toma as decisões certas para que o futuro seja risonho. Acima de tudo, nunca deixes de lutar por ti, pela tua felicidade e por aquilo que te faz feliz! Lembra-te que o teu sorriso pode completar o sorriso e a felicidade de outra pessoa. Luta sempre e sê feliz, muito feliz! 

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10/12/13

Descansa em paz, Avó


Luxemburgo, 10 de Dezembro de 2013
Querida Avó,

Ontem tiraram-te de mim, levaram-te para um lugar longínquo, numa viagem sem regresso. Partiste. E contigo levaste um bocadinho de todos os que cá deixaste. As lágrimas caem quando o assunto és tu. Ninguém está preparado para receber a notícia de que alguém que nos é querido partiu. E eu também não estava. Não houve sequer a oportunidade de proferir uma última palavra, um último beijo. Partiste. E hoje, é um enorme vazio o que sinto dentro de mim. O pai está a ser um guerreiro! Lá se vai aguentando apesar da dor que ele, mais do que ninguém, está a sentir. Eras mãe e uma mãe, mais que qualquer outra pessoa, deixa um sentimento de dor e vazio imenso. Mas o Pai é forte, sempre foi. Tenho a certeza que estás orgulhosa dele, por ser o homem maravilhoso que é. Sabes Avó, a idade era muita, mas ainda assim, eu sabia que no verão te ia encontrar, que estarias à nossa espera e que estarias feliz por nos rever um ano depois. Infelizmente, agora fiquei sem ti, no verão já não estarás à nossa espera como em tempos estiveras. Em Maio, já não terei destinatário para a carta, que todos os anos escrevia e que tu, com uma felicidade imensa, recebias. E agora? Como será daqui para a frente? O Pai lá vai tentando amparar tudo e todos. Mas sei que por dentro está desfeito, por muito adulto que se seja, precisamos sempre da pessoa que nos deu a vida. E o Pai continuava a precisar de ti. Hoje, sinto-me perdida e impotente. Não há nada que possa fazer, tu não voltas. Partiste. Para sempre. Dizem que quando perdemos alguém, esse alguém nunca se vai para sempre, pois viverá eternamente nos corações de todos os que lhe eram queridos. No meu coração tu viverás eternamente, disso eu não tenho dúvida alguma. Mas eu queria ter-te aqui, comigo, fisicamente. Se pudesse trazer-te de volta, acredita que o faria. Mas infelizmente, no Mundo real isso não é possível. Onde quer que estejas, olha por nós, olha pelos teus. Dá-nos força para ultrapassarmos tudo isto. Gosto muito de ti, Avó. Descansa em paz.

Com todo o amor do Mundo e eterna saudade, a tua neta,
Inês Santos
(1917-2013)

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